Sim, a hora que parecia pedir abatimento, abatimento, isto
é, a hora de se prostrar, ficar de lado para a passagem, estava aquele
estrupício, que estrupício bicho esfalfado, quando deveria aparentar
abatimento, estava o bicho lascivo, feito visse uma mulher esfregando-se em
suor e fedor, estava feito como não estivesse, ou melhor, imagine uma porta, ou
melhor, imagine um vão de uma porta, imagine parentes tristes miseráveis,
imagine, visualize agora mais realmente, este bicho, é um bicho arrastado, na
passagem, até que tocam nas costas, de porra saia do caminho caralho, na
verdade isso não é enunciado, mas subjaz em alguma parte, ele se põe de lado à
passagem, mas a expressão desta merda de coisa, não é a de dor nem lamúria
murmura pelos cantos podres de boca, prestava esta coisa pra quê, este bicho,
imagine, não erguera-se do chão havia nem uma hora, havia nem um mês, havia nem
dois meses, sem com isso querer dizer, e isto não quero dizer, que tenha
nascido recém, antes que desse cabo da posição de lado, estava nu, baixara as
calças, e já tinha pelos, evidência que não era recém qualquer coisa, senão talvez
recém feito de pelos, época de hormônios, mas não era esta merda de hormônios,
bicho odioso, é claro, aí vinham os parentes uns putos uns preocupados, uns
querendo partir a cara daquela fedelha escrota, vinham pra cima e deram porrada
naquelas porras de genitais, disse genitais não se diz genitais senão pela
clientela, disseram, se fodeu gritaram, que isso gritaram, enfiaram um copo de
água com açúcar, que o puto bebeu, bateu o copo em sua cabeça, jogou pra
depois, longe, quer dizer, e havia uma merda de um bebezinho, imagine a porra
de um bebezinho de merda, e claro, acha que seria diferente, imagine a porra do
bebezinho em cima da merda dos cacos de vidro, antes que sucedesse outro
escândalo, volte a memória de fotografia, ou seja como chame, jogou o copo, viu
o bebezinho, espatifou o copo, foi logo atrás do copo, as calças arriadas, que
não haviam devidamente subido e abotoado a modo de não cair, numa mais exata
chuva de cacos, o bebezinho seguro em suas mãos, e os parentes uns putos uns
preocupados, e outros aplaudiam, agora entenderam a performance, acredita, era
um número, o bebezinho ria, é possível que aquele naquele momento fosse o
julgamento mais principal, uma adolescente descobriu os peitos do vestido de
luto e levou a mão obsessiva e rápida à buceta, e um adolescente abriu as
calças e segurou o pau, gritaram os parentes uns putos uns escandalizados e
também preocupados, que olha o que você fez agora fodeu de verdade, mais exata,
bicho aparentando abatimento, queria quer dizer, punha o bebezinho num pouso
fortuito sem perigo, que mentira, sem perigos dos cacos daquele copo, mentira, sem
perigos óbvios dos cacos do copo, mentira, sem perigos de pisar nos cacos
naquele pedaço de chão em que pousaram, levantou as calças, e se pôs a socar a
moça, isto é, a moça estava sendo erguida pelos parentes, evidente não era
bonita, fosse bonita, provável não descobrisse o sexo daquela maneira, à
distância isto é, mas os que a ergueram claro deram uma boa fungada na buceta,
um inclusive chegou a chupar de leve, e levou um soco dela, e os parentes uns
putos uns revoltadíssimos, gritavam BRUXA BRUXA, um moleque fortuito
reconhecendo a deixa já havia alcançado álcool na cozinha e fósforos, deu aos
parentes que erguiam, ela mesmerizada, a mão enfiada na buceta, despejaram
álcool no cabelo, e fósforos, cedo queimava o cabelo o escalpo, e ela gritava
agora, dando por si enfim, aquele elo erótico e telepático com o outro do pau
na mão devidamente quebrado, que susto, isto é, na sala de jantar cantava-se
uma música sobre arreios e sela de cavalo, as taças erguidas os sorrisos os
parentes uns grandemente abertos uns feito fendas, quer dizer, apesar de triste e
miserável o encontro, não jantavam e lá, contudo, bicho fétido a enfiar a mão
nas calças buscando sua alma, alguma senda mucosa há de provê-la, a garota
gritava de dor no outro cômodo, seguro o bebezinho na sala de jantar, deixara a
presença da garota enquanto a via gritar, buscava a alma, e os parentes uns
contentes uns desolados, erguidas as taças, aquele tinir de consoantes e
ressoar de vogais nos corpos, refletiam, e podiam ver, via o esfalfado, aquela
garota feia nua arranhar-se, uns canais de sangue gradual se abrindo, agora não
era segura por ninguém, socava o rosto, gritava tal que punha as entranhas dos
parentes a vibrar, os parentes uns putos uns escandalizados, um moleque
fortuito reconhecendo a deixa pôs-se a chutar a barriga da infeliz, infeliz
quer dizer, e ela conforme cuspia sangue e gritava, isto é, aquele bicho atrás
de sua alma, voltava a mão coberta de algo negro ou era sangue demais, rubro
sobre rubro, nítido era que estava satisfeito, a sensação ruge do dever
cumprido, livra-se da coisa sobre a mesa espirra algo logicamente parece ser
sangue, os parentes uns putos uns aterrados, enquanto um não sem mesura se
curva e engole e sorve toda aquela merda, isto é, engole, a música sobre pedras
e tempo latu sensu, a garota já devidamente vestida, com as mãos em volta do
quadril pousadas sobre o pau guardado do com pau na mão, diz se mexer é bom
quer dizer amor, o que quer dizer amor, diz não foi isso que eu disse, que não
se pode suportar mais uma hora que seja daquela sala, da tarde apodrecida,
daquele senhor deitado de luto pelos parentes, dos parentes de luto pelo
senhor, dos retalhos de dias, que chamam de dias, a superposição que chamam
tempo, indistinto vagar, a justaposição que chamam anos décadas séculos, o peso
indigesto da história que antecede e sucede o ponto de breve termo quer dizer,
que quer dizer, isto é, estrupício abotoava as calças, abotoava as calças,
repara na reflexão depende de nada senão da clientela, e para, primeira vez na
vida, quer dizer, quase isso, para e olha os parentes, lembra, uma rainha
grandiosa curvada a um machado, pescoço alvo esguio, belo rosto e corpo, o
machado rasga o pescoço, a cabeça separa o corpo patético, pula num cesto, rega,
o sangue a cobre sôfrego, apenas o algodão nas narinas o senhor não sangra de
qualquer modo, mesmo o cu doente sangradouro assaz assíduo sob o traje solene
parece sóbrio, seria o estado mais elevado da civilização e cidadania daquele
senhor, mais inescapavelmente elegante, antes que se decompusesse a carne e
deselegantemente fedesse, o estado mais concreto e indelével, e entanto veja
pela primeira vez na vida quer dizer quase isso argumenta que aquilo não pode
ser, protesto por sua vez não inédito, quase isso, qualifica como impossível,
imagine, isto é impossível, isto é, os arreios e as selas, se a merda da
carapuça serviu, bicho estúpido com as calças nas mãos, basta um chute um soco,
esteja lá, os parentes uns putos uns idos, basta indispor-se, esteja lá, a moça
agora trazia a música à sala, a coisa em si, nua evidente Vênus em perspectiva
entanto ancestral rupestre, não é profética senão casual, como veio poderia não
ter vindo mas vindo não pode não estar lá estando lá, um moleque fortuito reconhecendo a deixa despe-se agarra-se às
pernas dela, pousa as nádegas ouça nádegas senão pela clientela na cabeça do
moleque, os cabelos do moleque obedecendo recuam fica-lhe um leito nu serve o
couro de pouso, cedo rosas ao redor, uma merda de um halo de luz, isto é, sim,
peso e dor sobre os ombros, taças nas mãos dos demais, este é o começo que se
curva e acolhe porrada, esteja lá, mulher afaga o bicho cansado, ele de mãos
nos bolsos, quase isso, ela quer dizer amor, nenhuma hora mais de amor, os
parentes uns putos uns ridos, a tarde ofega mas lá, o ponto antes dele nada,
entre ele e ele um ponto, bicho morto não quer morrer, entre ele e ele um
bicho, esteja lá, o ponto posto ele e nada, isto é, o bicho baixa as calças,
isto é, não esteja lá, abatimento a toda hora tudo a toa a toda hora, o bicho
estava feito não estivesse, seguras as calças, imagine, numa hora da mais pura
portanto abstrata ascese aos engulhos brutos da civilização, o bicho descobre
ter se enganado, esteja lá, os parentes uns putos uns satisfeitos, o dito pelo
não dito, o fodido pelo não fodido, isto é, o bicho abatido pelo abatimento,
esteja lá quer dizer.