segunda-feira, 21 de março de 2011
quase nada
certa janela
que não guardo
em nenhum canto da memória
acima está
da vista está
do que passa quando olho.
é logo esta,
a luz acesa,
sem que nem um vulto passe
entre dois
prédios dois
(é nada, quase, e nada faz).
nela vejo
quase vejo
alguém ou algo, move ou para
a mobília
a família
o que risca a luz, é nada.
onde está
se é que habita
lá, quem ventilou a casa?
agora isto
agora insisto
estou parado, interpelado:
o universo
vê-me perto
abre a boca
e nada fala.
assim me está
na vista está
o que nada me aguarda.
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