quarta-feira, 16 de agosto de 2017

gracejo com gerúndio

28/04/17

uma coisa, voz, bosta
uma brisa, isso tudo te toca, agora sim
uma voz, toda, inteira
uma vez, ou três
vendo estas crianças
vamos adiante
há uma esquina
ou trinta
todas alto lá, sem respirar
por cinco segundos, sem responder
quem descobriu o Brasil?
vamos adiante
uma pulga atrás da orelha
uma abelha morta
uma menina
ou trinta
vezes mil
um milênio
num triênio
quem descobriu o nariz?
deixem entrar
quem convidou, deixou a soleira sem sentinela, deixou a janela aberta?
não
sem responder
não responda, deixe quieto ou solto
crime prescrito?
debalde livre, debalde farto
seus seios sisos proscritos?,
são cinco sisudos
estamos calmos, pasmos boquiabertos
grito engolido, um riso esgar num garrote
não deixe nada sair
isso te imputa ou implica
resta então que tudo fica
tudo morra lá fora
que se foda tudo agora
morda e torça e deixe circulado o sangue
sem gerúndio
o exame sagaz da possibilidade
sem gerúndio
má exangue disponibilidade
que diz que sim com pés atrás
mas meu deus são pés demais
diz mais, sem desmaios
cinco horas inteiras
vezes ontem sobre nunca
esta gorda morte muda
impossível sumo de tão óbvia fruta
não é tudo
não é nunca

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